Vale a pena abrir uma loja virtual no Brasil?

Esse artigo foi desenvolvido para responder a inúmeros questionamentos de interessados em abrir uma loja virtual no Brasil. As maiores objeções são:

• Quanto tempo demora para se construir uma loja virtual?

• Qual o custo de manutenção?

• Como faço para começar a vender?

• É realmente vantajoso?

Se você já pensou em abrir uma loja virtual ou tem curiosidade para saber como está o mercado e quais são os procedimentos necessários, esse conteúdo é para você!

Varejo brasileiro abriu mais de uma loja virtual por minuto durante pandemia!

Antes da pandemia, o e-commerce detinha apenas 5% das vendas totais do varejo – em junho de 2020 saltou para 14%. Em poucos meses, o país atingiu a alta esperada para cinco anos.

Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o país abriu mais de uma loja virtual por minuto desde o início do isolamento social até julho de 2020.

Foram 135 mil novos estabelecimentos criados na internet nos primeiros dois meses para a venda dos mais diferentes produtos, como alimentos, bebidas, roupas, calçados e produtos de limpeza.

A necessidade de encontrar uma solução para a queda nas vendas fortaleceu essa ampliação dos canais de venda nos mais variados setores. Empresários que colocaram no ar sua primeira loja virtual entenderam a importância deste recurso, tanto para o momento atual quanto para o futuro.

Com as lojas físicas parcialmente fechadas por conta da Covid-19, muitas pessoas recorreram às compras online e, com isso, o e-commerce brasileiro registrou um crescimento de 47% no primeiro semestre de 2020, sua maior alta em 20 anos.

Já as vendas aumentaram 47%, para R$ 38,8 bilhões, no mesmo período. A tendência de crescimento já vem ocorrendo nos últimos anos, porém, por conta da pandemia, tivemos um aumento de intensidade.

Além do número de pedidos e vendas, o valor médio desembolsado para as compras online dos brasileiros também cresceu (6%), passando de R$ 404, no primeiro semestre de 2019, para R$ 427 no mesmo período de 2020.

Por mais que as regiões Sul e Sudeste do Brasil ainda representem os principais mercados para as vendas online no País, a pesquisa mostra que o Norte e o Nordeste tiveram um crescimento significativo neste período.

O Nordeste apresentou uma alta de 107% no faturamento em relação aos mesmos meses do ano passado, representando 18% dos números totais do País. Já a região Norte apresentou alta de 93% nas vendas online, 7% de participação no total de vendas Brasil.

E-commerce brasileiro deve crescer 26% em 2021, aposta Ebit|Nielsen

As vendas do e-commerce no Brasil em 2021 devem crescer 26%, atingindo um faturamento de R$ 110 bilhões, mantendo a força do setor e indicando uma consolidação das lojas e dos marketplaces, segundo expectativa da Ebit|Nielsen.

A pesquisa, realizada no quarto trimestre com consumidores que compraram online, indicou que 95% dos respondentes pretendem continuar comprando. No entanto, o resultado de 2021 será limitado pela retomada mais gradual da economia, expectativa de aumento da taxa básica de juros e inflação mais alta, ficando abaixo do previsto para este ano, de crescimento de 38% sobre 2019.

Quanto tempo demora para construir uma loja virtual?

Por mais que existam muitos processos a serem colocados em prática, não precisa se preocupar. O tempo médio para abrir uma loja online costuma realmente ser de 30 a 45 dias. De qualquer forma, tudo dependerá exclusivamente de você e da velocidade que fará todos os procedimentos necessários.

Para criar um e-commerce é preciso ter praticamente as mesmas preocupações de um estabelecimento físico. Por exemplo: em uma loja física você precisa criar o projeto arquitetônico, moldar o layout da sua loja, receber o alvará de funcionamento do corpo de bombeiros, precisa ter um registro dos produtos bem planejado, a precificação deve estar de acordo com o mercado, e assim por diante.

Da mesma forma, na loja virtual temos que escolher uma plataforma onde o site ficará alocado, criar a interface da loja online, inserir códigos de proteção ao conteúdo, cadastrar os produtos no sistema e precificar, também, de acordo com o mercado.

1. Cronograma com a empresa que desenvolverá a loja virtual

É de suma importância que o cronograma seja bem feito. Isso para que os processos de criação da empresa que desenvolverá sua loja virtual estejam alinhados com a proposta do seu negócio.

Acompanhar o processo e esclarecer quaisquer dúvidas e alterações que possam surgir é essencial, como datas, tempo de produção, prazo de entrega, entre outras coisas. Tudo para otimizar a implantação do seu site.

2. Planejamento e gestão

É necessário planejar suas escolhas de forma estratégica e, com o decorrer do tempo, gerenciar os investimentos que serão realizados em cada setor do seu negócio. Saber identificar o que pode ser deixado em espera e o que é fundamental para o seu e-commerce naquele momento em específico, a fim de gerir possíveis crises, é essencial para o sucesso da loja.

3. Criação da identidade visual da loja virtual

Para criar a identidade visual da sua loja é importante pesquisar e saber como são os outros negócios da área, e pensar naquilo que seu público gostaria de ver. Lembre-se de que é necessário pensar no melhor layout, bem como nas cores e nas tipografias ideais a fim de criar um conceito para a sua loja.

4. Implantação da plataforma

O processo de implantação pode variar bastante de acordo com o que você quer ou já tem na sua loja virtual, e com aquilo que deseja entregar ao seu cliente final. Nesse sentido, tenha sempre em mente que as funcionalidades contratadas variam de acordo com a plataforma escolhida. Logo, essa etapa é uma das que mais influenciam aquela pergunta “em quanto tempo uma loja virtual fica pronta?”.

Isso porque, por exemplo, se você optar por uma plataforma open source, precisará contratar uma empresa para a implantá-la. Essa escolha é importante, já que para trabalhar com código livre é necessário certos conhecimentos específicos. Todavia, é possível também escolher as plataformas SaaS (Software as a Service). Essas, por sua vez, possuem algumas funcionalidades incluídas, como serviços de acompanhamento, gestão de projeto e cronograma. Portanto, tudo dependerá diretamente das suas escolhas.

5. Meios de pagamentos

Existem três modos de receber seu pagamentos online: o contato direto com o adquirente, empresas que mediam as relações entre as bandeiras/bancos e seu site; o intermediário de pagamento, que é basicamente uma empresa responsável por processar a venda do seu produto a partir do próprio site; e os gateways de pagamento, ou seja, plugins que conectam seu e-commerce diretamente com uma instituição financeira.

Nesse caso, a escolha dependerá dos seus objetivos e das suas preferências. O importante mesmo é ter um meio de pagamento bem definido a fim de oferecer uma ótima experiência de compra aos seus clientes.

6. Cadastro dos produtos

Cadastrar seus produtos parece ser uma das tarefas mais simples, porém é necessário ter bastante atenção na hora de incluir os itens que serão vendidos no sistema. Isso porque é necessário criar um título, uma descrição e uma metadescrição completa e com as palavras-chave para cada produto, tendo como objetivo cativar o seu cliente a finalizar a compra. Dessa forma, é algo que também leva tempo.

7. Frete

O processo de calcular o frete online é semelhante à cotação de qualquer tipo entrega, e é durante o planejamento de logística que ele precisa ser elaborado. Logo, para começar a definir o frete de cada produto é importante escolher qual o tipo de transporte que sua loja vai ter.

Nesse caso, há a opção de aplicativos de fretes ou de gateways, que ligam a plataforma com um site de gestão de fretes que faz o cálculo, planeja e entrega o produto para você de maneira terceirizada. As transportadoras mais usadas são a Melhor Envio e a FreteNet. Caso prefira, é possível também entrar em contato com os Correios e fazer um pacote de envios que diminuirá o valor do seu frete.

Esse processo deve ser bem pensado, pois definirá diretamente se os clientes vão ter interesse em comprar seu produto ou não. Muitas vezes, o alto valor do frete é que faz os usuários desistirem da compra.

8. ERP

ERP (Enterprise Resource Planning) significa sistema integrado de gestão empresarial, e basicamente é um sistema que agiliza a operação e faz a automatização de processos da venda: recebe pedidos de venda, verifica pagamentos, separa e confere as mercadorias, embala os produtos, emite notas fiscais e etiquetas, faz o envio dos itens e acompanha a entrega.

Quando a demanda do site aumenta, geralmente a partir de dez pedidos, é importante contar com um sistema desse funcionando para facilitar a vida do seu cliente que vai ter o produto antes em casa, e estará sempre bem informado.

Como exemplos de softwares ERP temos o Bling, que é direcionado para micro e pequenas empresas, e o Tiny ERP, um dos mais utilizados no mercado. Você pode optar também por fazer uma integração com sistema já existente em sua loja virtual.

Qual a legislação para montar minha loja virtual?

Quando o assunto é montar uma loja virtual, a maioria das pessoas se preocupa com a parte prática: escolher uma plataforma, um nome, pensar em um mix de produtos e elaborar ações de marketing para impulsionar as vendas. Mas, para que tudo corra como o esperado com uma loja online, também é preciso prestar atenção à legislação que regulamenta essa atividade.

Conhecido como Lei do E-commerce, o Decreto Federal nº 7.962/2013 foi criado em 2013 para atualizar o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que antes deixava brechas em relação ao comércio eletrônico, já que foi criado em 1990, muito antes de as lojas online se tornarem realidade. Com as novas regras, os consumidores se sentem mais amparados, o que gera mais confiança e também ajuda os comércios eletrônicos a se consolidarem e venderem melhor.

A Lei do E-commerce não nasceu com o intuito de trazer barreiras para dificultar a atividade. Pelo contrário. Você verá que, ao se adequar a ela, sai ganhando em qualidade de atendimento. Além disso, também vai oferecer uma experiência mais agradável ao visitante da sua loja. Conheça as principais determinações da lei a seguir.

Forneça informações claras sobre a loja e seus produtos

É preciso oferecer informações relevantes, em um local de fácil visualização, para que os clientes tenham acesso a elas. CNPJ, razão social, endereço, telefone e outras formas de contato são dados da loja que têm que aparecer no site. A política de troca e devolução também precisa ficar exposta.

Em relação aos produtos, é preciso descrevê-los citando suas especificações técnicas. Lembre-se de que o cliente do e-commerce não pode ver, tocar ou experimentar produtos, portanto capriche na descrição.

O carrinho de compras precisa estar sempre acessível e deve ser possível revisá-lo e excluir produtos a qualquer momento. Posteriormente, prazo e taxas de entrega devem ser informados antes que a compra seja concluída.

Ofereça atendimento profissional

Além de deixar os canais de contato à disposição do consumidor, concentre-se em dar respostas rápidas e eficientes. Seu discurso deve fugir de termos técnicos, sendo o mais fácil de entender possível. O tom deve ser respeitoso, leve e objetivo.

Uma boa alternativa é criar uma página com as perguntas mais frequentes. Assim, os clientes não precisam entrar em contato cada vez que uma dúvida surgir.

Garanta o direito ao arrependimento

O consumidor tem até 7 dias úteis depois de receber o produto para manifestar seu arrependimento e devolver o item sem sofrer nenhum ônus. O CDC prevê o direito ao arrependimento justamente porque o cliente não pode ver o produto antes da compra e, por melhor que ele seja descrito, é impossível sermos 100% fiéis a sua característica.

O papel do vendedor é informar todo o procedimento necessário para a devolução, facilitando ao máximo esse processo. Muitos lojistas se preocupam com o impacto financeiro das devoluções. Porém, o mais importante é que o cliente fique satisfeito com o atendimento recebido.